sexta-feira, 11 de maio de 2012

Grávida e as tentações!

Quando engravidei pesava 58 kg. Não era nenhuma top model, mas as poucas gordurinhas estavam ''bem'' distribuídas. Treze quilos a mais (e cem gramas…não vamos esquecer dos cem gramas!) em sete meses têm uma consequência direta e dolorida nas pernas, na circulação e nos ossinhos de uma vertebrada acostumada a carregar bem menos peso. Sem falar na falta de equilíbrio (emocional e físico).
Para me defender das broncas da médica (que esperava que eu engordasse 12 kg em 9 meses), desenvolvi muitas teorias e quase apresentei algumas para a minha obstetra-puxadora-de-orelha-de-grávidas-gordinhas.
*Pausa para minha defesa

Tenho uma teoria sobre a obstetra também. Esbelta magrela como é, certamente ela tem raiva das pessoas carnudas e gostosinhas como eu (kakaka). Aposto que sempre sonhou em ter estas coxas de mulher-melancia, estes peitos bovinos (existe vaquinos?) e esta anca de rinoceronte. Então a gente não pode levar muito a sério quando ela dá bronca por conta de inocentes quatro quilinhos (e cem gramas) a mais em um mês. Pessoa vingativa que é, ela dá bronca, critica a alimentação desta grávida esfomeada e ainda levanta suspeitas de doenças graves como diabetes gestacional falta de vergonha na cara.
A boa notícia é que a primeira foi descartada após a realização de um sádico exame durante o qual a vítima grávida  ingere um pote de açúcar e depois é furada seguidamente. A má notícia é que a segunda doença (falta de vergonha) não tem cura. Então meu acesso à sorveteria continua liberado. Já estou estudando com meus advogados um processo por danos morais e alimentícios contra o dono do mercadinho, um dos culpados pelos meus três quilos a mais no sexto mês de gestação e pelos quatro quilos (e cem gramas) a mais no sétimo mês. Se ganharmos a causa, vamos receber o pagamento todo em pacotes de cheetos.
Fim da pausa para defesa*

1)  Projeto Arquitetônico
Sou alta para algumas mais baixinha para mim, nunca fui de ter cintura fina nem pouco culote. De repente, este corpo de estatura ''mediana'' deu de cara com um peso acima da “média”. Como esse trabalho está sendo realizado na região do abdômen, é natural que o corpo providencie um alargamento das bases (coxas, bundas, pernas e pés) da estrutura. Afinal, não é preciso ser um Niemeyer para entender que a base precisa ser proporcionalmente forte para suportar o peso que é colocado sobre ela. Então o que alguns chamam de gordura excessiva, eu prefiro (arquitetalmente falando) chamar de Processo de Ampliação da Base do Sistema Gestacional. rsrsrs

2) Quando engravidei, a médica profetizou: deitarás e gerarás. 
Viu? Tudo culpa daquela magrela invejosa, de novo! Durante os três primeiros meses de gravidez, por sugestão dela, reduzi o ritmo. Não corri, não pulei, não passei rodo no chão da casa. Parei com os exercícios, ingeri vitaminas e ácido fólico. Os primeiros três meses da gestação são os mais frágeis, descanse e observe sua barriga crescer, disse a médica. Foi o que eu fiz. Deitei no sofá com o notebook e curti. Não! Ela não tinha orientado algo do tipo “aproveite que está em casa e abra a geladeira de meia em meia hora para atacar o pudim de leite condensado, o sorvete de napolitano e o iogurte gelado com cereal de chocolate”. Isso foi ideia minha! Mas é preciso frisar que em nenhum momento ela deixou claro que isso poderia ser prejudicial, ela nunca disse algo do tipo: “fique longe do sorvete de napolitano!” Então eu pergunto: na minha inocência de grávida de primeira viagem, como eu poderia saber que aquelas doces criaturas que moravam na geladeira eram na verdade seres malignos dotados do poder de inchar coxas e bundas?

3) Fui vítima de um complô!
Tive enjoo, azia e, vômitos. Mais nem todas essas coisas desagradáveis me impediram de comer. O que eu tive desde o início, e tenho até hoje, FOME. Muita fome. Disfarçadas de amigas, mãe, cunhadas e sogra, as cúmplices da minha médica esquelética ficavam (e ainda estão aqui) à minha volta repetindo mantras gestacionais:
- você não está gorda, está grávida!
- você precisa comer por dois!
- depois que o bebê nascer você “perde” tudo rapidinho!

Conclusões do caso:

1)Fora de cogitação fazer dieta durante a gravidez, né? Meu bebê está forte e saudável graças à minha dedicação em nutri-lo diariamente com frutas, legumes, arroz integral, cereais, leite, sorvete, pudins, pães, empadinhas, esfirras e outros suprimentos calóricos. O jeito é seguir com a dieta, pois não posso modificá-la agora. Isso poderia causar um trauma grave no bebê. Ele pode decidir chutar meu estômago com muita força cada vez que eu me recusar a comer um danoninho ou um flan de chocolate.

2) Lá no início da gravidez, quando a médica disse que eu poderia/deveria engordar uns 12 kg no total durante toda a gestação, eu pensei:
- Gente, essa mulher é demais! Cheia de diplomas, super ocupada, profissional dedicada, e ainda encontrou tempo para desenvolver seu talento como comediante.
Só agora descobri que ela não estava contando piada.

3)A médica má se revelou boa pessoa ao me tranquilizar. Minha maior preocupação com o excesso de peso era prejudicar o bebê ou a hora do parto.  Mas a obstetra garantiu que os quilos a mais não interferem em nada. Sem falar que minha pressão está sempre baixa. Meu bebê está saudável, perfeito e muito serelepe (mexe o tempo todo!!) e isso é o mais importante para mim. Então: tô nem aí, tô nem aí, tô nem aí…





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