Para me defender das broncas da médica (que esperava que eu engordasse 12 kg em
9 meses), desenvolvi muitas teorias e quase apresentei algumas para a
minha obstetra-puxadora-de-orelha-de-grávidas-gordinhas.
*Pausa para minha defesa
*Pausa para minha defesa
Tenho uma teoria sobre a obstetra também. Esbelta magrela
como é, certamente ela tem raiva das pessoas carnudas e gostosinhas como eu
(kakaka). Aposto que sempre sonhou em ter estas coxas de mulher-melancia, estes
peitos bovinos (existe vaquinos?) e esta anca de rinoceronte.
Então a gente não pode levar muito a sério quando ela dá bronca por conta
de inocentes quatro quilinhos (e cem gramas) a mais em um mês. Pessoa vingativa que
é, ela dá bronca, critica a alimentação desta grávida esfomeada e ainda levanta
suspeitas de doenças graves como diabetes gestacional e falta
de vergonha na cara.
A boa notícia é que a primeira foi descartada após a realização de um sádico exame durante o qual a vítima grávida
ingere um pote de açúcar e depois é furada seguidamente. A má notícia é que
a segunda
doença (falta de vergonha) não tem cura. Então meu acesso à sorveteria continua liberado. Já estou estudando com
meus advogados um processo por danos morais e alimentícios contra o dono do
mercadinho, um dos culpados pelos meus três quilos a mais no sexto mês de gestação
e pelos quatro quilos (e cem gramas) a mais no sétimo mês. Se ganharmos a
causa, vamos receber o pagamento todo em pacotes de cheetos.
Fim da pausa para defesa*
1) Projeto Arquitetônico
Sou alta para algumas mais baixinha para mim, nunca fui de ter cintura
fina nem pouco culote. De repente, este corpo de estatura ''mediana'' deu de
cara com um peso acima da “média”. Como esse trabalho está sendo realizado na
região do abdômen, é natural que o corpo providencie um alargamento
das bases (coxas, bundas, pernas e pés) da estrutura. Afinal, não é preciso ser um Niemeyer para entender que
a base precisa ser proporcionalmente forte para suportar o peso que é colocado
sobre ela. Então o que alguns chamam de gordura excessiva, eu prefiro (arquitetalmente falando) chamar de Processo de
Ampliação da Base do Sistema Gestacional. rsrsrs
2) Quando engravidei, a médica profetizou: deitarás
e gerarás.
Viu? Tudo culpa daquela magrela invejosa, de novo! Durante os três primeiros meses de gravidez, por sugestão dela, reduzi o ritmo. Não corri, não pulei, não passei rodo no chão da casa. Parei com os exercícios, ingeri vitaminas e ácido fólico. Os primeiros três meses da gestação são os mais frágeis, descanse e observe sua barriga crescer, disse a médica. Foi o que eu fiz. Deitei no sofá com o notebook e curti. Não! Ela não tinha orientado algo do tipo “aproveite que está em casa e abra a geladeira de meia em meia hora para atacar o pudim de leite condensado, o sorvete de napolitano e o iogurte gelado com cereal de chocolate”. Isso foi ideia minha! Mas é preciso frisar que em nenhum momento ela deixou claro que isso poderia ser prejudicial, ela nunca disse algo do tipo: “fique longe do sorvete de napolitano!” Então eu pergunto: na minha inocência de grávida de primeira viagem, como eu poderia saber que aquelas doces criaturas que moravam na geladeira eram na verdade seres malignos dotados do poder de inchar coxas e bundas?
Viu? Tudo culpa daquela magrela invejosa, de novo! Durante os três primeiros meses de gravidez, por sugestão dela, reduzi o ritmo. Não corri, não pulei, não passei rodo no chão da casa. Parei com os exercícios, ingeri vitaminas e ácido fólico. Os primeiros três meses da gestação são os mais frágeis, descanse e observe sua barriga crescer, disse a médica. Foi o que eu fiz. Deitei no sofá com o notebook e curti. Não! Ela não tinha orientado algo do tipo “aproveite que está em casa e abra a geladeira de meia em meia hora para atacar o pudim de leite condensado, o sorvete de napolitano e o iogurte gelado com cereal de chocolate”. Isso foi ideia minha! Mas é preciso frisar que em nenhum momento ela deixou claro que isso poderia ser prejudicial, ela nunca disse algo do tipo: “fique longe do sorvete de napolitano!” Então eu pergunto: na minha inocência de grávida de primeira viagem, como eu poderia saber que aquelas doces criaturas que moravam na geladeira eram na verdade seres malignos dotados do poder de inchar coxas e bundas?
3) Fui vítima
de um complô!
Tive enjoo, azia e, vômitos. Mais nem todas essas coisas desagradáveis
me impediram de comer. O que eu tive desde o início, e tenho até hoje, FOME.
Muita fome. Disfarçadas de amigas, mãe, cunhadas e sogra, as cúmplices da minha
médica esquelética ficavam (e ainda estão aqui) à minha volta repetindo mantras
gestacionais:
- você não está gorda, está grávida!
- você precisa comer por dois!
- depois que o bebê nascer você “perde” tudo rapidinho!
Conclusões do caso:
1)Fora
de cogitação fazer dieta durante a gravidez, né? Meu bebê está
forte e saudável graças à minha dedicação em nutri-lo diariamente com frutas,
legumes, arroz integral, cereais, leite, sorvete, pudins, pães, empadinhas, esfirras
e outros suprimentos calóricos. O jeito é seguir com a dieta, pois não posso
modificá-la agora. Isso poderia causar um trauma grave no bebê. Ele pode
decidir chutar meu estômago com muita força cada vez que eu me recusar a comer
um danoninho ou um flan de chocolate.
2) Lá no início da gravidez, quando a médica disse que eu
poderia/deveria engordar uns 12 kg no total durante toda a gestação, eu pensei:
- Gente, essa mulher é demais! Cheia de diplomas,
super ocupada, profissional dedicada, e ainda encontrou tempo para desenvolver
seu talento como comediante.
Só agora
descobri que ela não estava contando piada.
3)A médica má se revelou boa pessoa ao me
tranquilizar. Minha maior preocupação com o excesso de peso era prejudicar o
bebê ou a hora do parto. Mas a obstetra garantiu que os quilos a mais não
interferem em nada. Sem falar que minha pressão está sempre baixa. Meu bebê
está saudável, perfeito e muito serelepe (mexe o tempo todo!!) e isso é o mais
importante para mim. Então: tô nem aí, tô nem aí, tô nem aí…
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